Enquanto a imprensa europeia e norte-americana continua em caixa com as causas da morte de Michael Jackson, a Kyodo News (Japão) noticiou os testes falhados com os lançamento de uma 'versão melhorada' pela Siria, Irão e NorK de SCUD em território Sirio.
O fiasco, causado por uma avaria técnica no sistema de orientação dos mísseis que fez com que um deles 'escolhesse' para local de impacto um concorrido mercado sírio, localizado junto da fronteira Síria-Turca, causando a morte a 20 civis e ferimentos em 60. Os militares vedaram o acesso à zona, enquanto limpavam os vestígio do míssil na área, justificando a causa da explosão como tendo havido uma fuga de gás. O segundo terá tido como zona de impacto local próximo da fronteira com o Iraque.
Vá-se lá saber porquê, lembrei-me de um filme Deterrence (1999)
O Presidente do EUA (Kevin Pollack), em campanha eleitoral, é surpreendido por uma repentina tempestade de neve no Colorado, tendo que procurar abrigo, mais a sua comitiva, num restaurante á beira da estrada. Nessa altura o Presidente toma conhecimento que o Iraque invadiu o Kowait e abateu centenas de soldados norte-americanos.
Estabelecidas as comunicações e o posto de comando, O Presidente ameaça com ataque nuclear a Bagdad se o Iraque não retirar. O Iraque reage com o lançamente de misseis nucleares.
Entre a discussão dos serviços secretos em como o desenvolvimento das capacidade nuclear escapou ao seu controlo, vem-se a saber que os misseis tinham sido vendidos por uma potência ocidental. Só que, até à altura do seu lançamento, um segredo foi mantido ao mais alto nivel: os misséis estavam esterilizados e desorientados!
A venda tinha por objectivo a desmotivação no desenvolvimento do programa nuclear iraquiano porque ao adquirir as armas, tornava-se mais rápida e mais barata a sua capacidadse nuclear.
Os tempos modernos estão repletos de episódios resultados de erros de maus serviços de informação. Mas por vezes, nem mesmo serviços de informação excelentes conseguem mudar seja o que for. A inteligência israelita está a aprender essa lição da maneira mais difícil.
Conseguiu infiltrar-se na Síria, Irão, Líbano, no Hezbollah e no Hamas, e apesar de terem sido autorizadas operações altamente perigosas, baseado nas suas informações, a segurança de Israel permanece sinistra como sempre.
Em 2002, o então Primeiro-Ministro Ariel Sharon nomeou como Director da Mossad, o seu amigo e ex-subordinado, o General Meir "The Gun" Dagan.
Sharon conhecia-o desde o tempo em que Dagan chefiava uma unidade secreta de assassinatos, a Sayeret Rimon, que agia contra a Fatah na Faixa de Gaza durante os anos de 1970.
Sharon pediu-lhe "uma Mossad com uma faca entre os dentes", mas o que Dagan encontrou, foi uma organização desprovida de imaginação e receosa de riscos operacionais. Dagan transformou a Mossad, de cima para baixo e focou a organização no projecto nuclear do Irão, e nos seus laços com organizações jihadistas.
Colocou, então, uma enorme pressão sobre os seus subordinados para executarem tantas operações quanto possível. Paralelamente, estabeleceu laços com serviços de espionagem na Europa e no Médio Oriente, para além de alargar os que já existiam da longa relação de Israel com a CIA.
Os resultados foram tremendos. Durante os últimos anos, o projecto de enriquecimento de urânio do Irão foi adiado por uma série de aparentes acidentes: o desaparecimento de um cientista nuclear iraniano, a colisão de dois aviões que transportavam carga associada ao projecto, e dois laboratórios incendiados.
Em 2007, um misterioso acidente ocorreu em Al-Sair, na Síria, numa fábrica de mísseis a operar conjuntamente pelo Irão e Síria. A linha de produção - mísseis Scud - foi encerrada.
Ainda em 2007, Israel destruiu um reator nuclear construído pela Síria com o auxilio Coréia do Norte em Al Kibar, apesar dos esforços significativos da Síria para mantê-lo em segredo. Com a autorização de 'indirectas' de altos oficiais israelitas, a CIA publicou imagens incriminatórios obtidas por Israel do local antes de ter sido bombardeada. Estas fotos convenceram o mundo que os sírios estavam realmente a tentar fabricar uma bomba nuclear.
Em Fevereiro de 2008, o líder militar do Hezbollah, Imad MUGHNIYAH, foi assassinado em Damasco. Em Agosto o General Mohammed Suliman, ligação ao Hamas do Hezbollah, que participava no projeto nuclear sírio, foi assassinado.
Excelentes resultados, mas... mudaram a realidade?
2009.08.29 / IAEA extends probe into alleged Syria reactor bombed by Israel