A questão não é nova, de novidade só tem o porta-voz para o que ele disse (Rui Rio)-o Eurodeputado Silva Peneda - que saiu a terreiro em defesa da indignação de Rui Rio na atribuição de fundos europeus a Lisboa. Pena que, ao invés de andar a dar empurrões à candidatura do dito, não faça uma campanha no parlamento europeu. Afinal Vasco Graça Moura, para justificar o ordenado que se lhe pagou, dedicou-se a uma causa de "tradições e cultura" e fez lobbie... a favor dos toiros de morte!!..
Os critérios para atribuição de financiamento do FEDER e do FSE, restringem-se às regiões cujo PIB per capita seja inferior a 75% da média comunitária, por forma a que as regiões mais pobres alinhem pelas mais ricas. Infelizmente a região Norte revela-se uma das mais pobres da Europa, e a mais pobre do país, com um PIB per capita de apenas 61% em relação à média comunitária, enquanto a região de Lisboa já vai nos 107%!!..
Por isto e mais assimetrias, e de acordo com os princípios fundamentais da União Europeia de solidariedade, de coesão social e regional, Lisboa não teria acesso aos fundos. Mas só os tolos é que acreditavam que assim fosse!!..
"Efeito de difusão" pelo país, para os investimentos "especialmente significativos", "muito relevantes" de de "grande relevância" a serem feitos feitos em Lisboa, e poderem ser desviados os fundos das regiões a que se destinavam. Se alguém entender o significado político da dita difusão, deve ser algo do género de se recuperar uma zona degradada de Lisboa, fazer-se aí um evento megalómano, e depois enviar-se o Pavilhão da água para o Parque da Cidade do Porto. O tal efeito de difusão deve ser algo parecido com isto, no quadro mais optimista!!..
O assobiar para o lado neste assunto, é a panóplia da incompetência e interesses instalados. Rui Rio é um frouxo, que nunca será reconhecido como um líder regional. Não parte a loiça, não lhe é conhecido ruído, e nesta matéria protesta que vez em quando, mais para tirar dividendos políticos pessoais, do que propriamente por amor à causa, muito de mansinho, porque se hoje está lá o Sócrates, amanhã pode lá estar alguém da sua cor política, e com esta classe de autarcas o partido está sempre em primeiro. Às riscas ou com xadrez, os portuenses tem aquilo em que a maioria votou.
A comunicação social, salvo uma ou outra excepção, tem as suas redacções todas sediadas em Lisboa. Jornalismo, pelo que nos tem sido dado a mostrar, é algo que passou para segundo plano.
Nos renovados assentos da Assembleia da República, com o Bloco de Esquerda e Francisco Louçã, o problema dos fundos não existe. A região Norte fica noutro país, as suas praias são frias e sem animação, não andam por lá a malta do Polo Universitário de Lisboa, nem uns quantos activistas do arco-iris. Afinal, o verdadeiro problema com o computador de marca Magalhães, é ser feito por uma empresa lá para aquelas bandas!!..Para o PCP, idebidem. A região Norte não vai muito com as conversas dos camaradas, às quais eles retribuem. Importante é serem solidários com os seus compadres de Barrancos e de Monsaraz, e apoiar a tradição cultural dos toiros de morte. Mandar os piropos à sereia da comissão de inquérito(!) do BPN na AR, e cagarem-se para o assunto. De resto é mais dinheiro que vai para os camaradas das lizírias. Do CDS era interessante ouvir-se algo sobre o assunto, numas jornadas patrocinadas pela Super Bock.
No capítulo abaixo colocarei os links que encontrar acerca do assunto. Quem souber de alguns, deixem em comentário que "a gente" agradece.
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... como é possível que um euro tenha valor diferente se dispendido no Porto, Gaia, Matosinhos ou Maia ou gasto em Lisboa, Almada ou Amadora?
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